O dossier da matéria que me tem ocupado aquilo a que incompreensivelmente chamam de férias de Natal faz-me saber algures que a esperança média de vida em Portugal é de 73,5 anos para os Homens e de 80,3 para as Mulheres. E ainda assim há quem viva, ou direi antes, não viva a vida, desperdiçando-a numa luta feroz de sede e ambição. O facto é que, de forma mais ou menos manifesta, todos nós vamos cedendo à tentação e passando por momentos em que desenhamos objectivos grandes demais para a pequenez da vida que um dia nos deram, sofremos em demasia por derrotas insignificantes ante a vitória que é poder saborear o que é viver.
Todos nós já gritamos à espera de um beijo, já enchemos o peito de orgulho e sorrimos com uma alma desfeita por dentro, todos já insultamos quem amamos, já ferimos quem um dia nos sarou feridas, já partimos em luta contra a vontade tórrida de ficar, já vestimos uma fachada de força com o coração quebradiço escondido, já recusamos um abraço mais que desejado em cedência ao orgulho. São horas, dias, tempos desperdiçados, memórias febris que nos levam o sossego, o amor e a paz.
E há sempre um dia em que se pára pra pensar na pequenez da vida e apetece chorar de vergonha pelos tantos momentos de choro por tanto do que nada importa.
!? …importa viver em grande a pequenez da vida!
] Dany