Às vezes a vida ensina-nos. Mexe cá dentro, roça as veias e fere tanto..., tanto… Se dói? ahhh se dói! Colapsa-me os pulmões, arrepia-me a pele e quase arranca de mim o resto das boas energias que ainda agarro com força. Às vezes há dias em que aprendemos mais que numa vida inteira. Às vezes há pessoas que nos ensinam mais que todos os livros…de todos os sábios. Contigo aprendi..., aprendi muito. Aprendi a amar, amar a sério, aprendi a sentir o que é fazer girar o mundo à volta de uma pessoa… concentrar nela a razão de cada gesto, a decisão de cada passo, o fundamento de cada escolha. Contigo senti-me completa, aprendi o que é não precisar de mais nada, ser feliz com um sorriso, concentrar a frenesim da vida na dinâmica do amor e observar os pequenos gestos, senti-los! Contigo aprendi o quanto doem as despedidas, o que é sorrir sem querer por ver o outro feliz, aprendi o que é revermo-nos em quem amamos como se com esses partilhássemos um pouco do que somos, como se neles houvesse um pouco de nós. Contigo… contigo aprendi o que é acreditar no “pra sempre” das coisas. Para sempre sim… um dia acreditei que eras TU, que o “NÓS” era pra sempre e que nada mudaria o que nos unia, nem o tempo, nem a distância, nem tudo o que mudamos desde então… juro-te que acreditei ! Mas foi contigo que aprendi que o “pra sempre”, afinal, não caminha de mãos dadas com a certeza …aprendi a não ter certezas, de nada, em nada. Porque Um dia… um dia, há não muito tempo, o arrepio quando te falava, quando te abraçava, quando te sentia… deixou de me percorrer; a cumplicidade das nossas trocas de olhares, de todas as tantas conversas em silêncio, a magia dos nossos momentos … esvaiu-se no tempo; a confiança em ti, o amor por ti, o pedaço de mim que era teu… tudo tão distante de mim, tudo tão sem sentido, tudo tão diferente do que foi um dia… lá longe no nosso passado, quando me senti tua, quando te senti meu.
Ahhh às vezes… às vezes a vida ensina-nos da maneira mais cruel e ainda hoje quando te lembro, naqueles instantes perdidos em que o rádio toca as nossas músicas ou simplesmente páro e a lembrança te traz até mim… ainda dói, cá dentro, cá no fundinho, sinto o peito apertado, o sangue apressado, o ar aprisionado… e sinto saudade, saudade dos tempos em que tudo era perfeito, saudades dos tempos em que não sabia metade do que sei. A ignorância trai e corrói mas dava tudo por saber voltar a acreditar como um dia acreditei em nós, saber voltar a sentir o “pra sempre” das coisas, voltar a confiar… render-me à ignorância, seja! Não me importa! Roubaste tanto de mim, mudaste-me tanto… nunca mais aquela paz cá dentro, o sentir-me completa, o acreditar em pleno, o querer acreditar, o saber amar sem desconfiar…nunca mais! Feriste-me, tatuaste-me …cravaste-me na alma uma marca eterna que revejo a cada recomeço, como a voz de uma consciência…leva-a de mim, agora…leva-a de mim, leva-te de mim e deixa-me viver sem a sombra do passado !
Hoje olho-te e sinto um vazio. Falta a vontade de querer estar contigo, a vontade de te falar, a vontade de te sentir. Hoje não me revejo em ti nem te espero como dantes mas lembro ainda um passado recente, um passado feliz… e num esforço árduo por apagar o menos bom do que foi nosso, dilaceram-me as saudades. Sim, saudades… não de ti ! Do passado de ti e do passado de mim…saudades da minha ignorância perdida, saudades de ser inocente…
] Dany
"O amor é eterno enquanto dura"
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