"Os portugueses são o povo mais noctívago do planeta: apenas 25 por cento da população vai para a cama antes da meia-noite”.[Excerto da entrevista a Miguel Esteves Cardoso publicada na edição de 15 de Dezembro de 2006 do suplemento 6.ª do Diário de Notícias]
Há pessoas que são muito regradas, muito certinhas, comem peixe cozido, bebem só meio copo de vinho tinto ao jantar, querem viver até aos noventa anos. E há outras pessoas que preferem viver a vida a fundo, mesmo que arrisquem morrer aos cinquenta...
Foi assim que eu vivi a minha vida.
(...)
Eu devia estar morto, não é? Devia ter morrido. Mas não morri. Então deixei de fumar, estou numa espécie de limbo, por ter voltado à vida. Tenho muito mais cuidado, bebo muito menos.
Não me digas que te vais transformar num daqueles convertidos ao higienismo, com tendência para a repressão quase fascista dos prazeres de que abdicaram...
Isso não. Tenho imensas saudades de fumar, por exemplo. Mas não fumo. Porque eu fumava que nem um cavalo. Oitenta cigarrilhas por dia. A questão é que eu gosto imenso da vida. Sou muito feliz. Desde que casei, então, felicíssimo. E esta experiência da quase morte faz com que aprecies outras coisas... Ver um azul do céu, essas merdas. E os dias. Começas a apreciar a vida, a respiração, acordar bem-disposto, a água do banho. Enquanto antes eram só coisas adquiridas, livros que compravas, drogas que arranjavas, whiskeys que tinhas em casa. Os prazeres eram todos caçados por ti. Ias buscar este jornal, fazias a marguerita com a tequila, snifavas a coca, mandavas vir da Amazon Books não sei quê. Todos os teus prazeres eram coisas que tinhas comprado. Depois do susto da morte, e se todas as pessoas que têm uma experiência destas o referem por alguma razão é, depois do susto da morte os prazeres deixam de ser esses. Passa a ser o barulho de um carro a passar. O tique-tique. O estarmos aqui. Este castanho em cima do branco.
Alegrias simples...
É estares vivo, pá. Estando morto não fodes, não fumas, não bebes. De certeza. Porque eu ainda posso fumar, se me apetecer. Não fumo há um ano e tal, mas tenho ali charutos. Se quiser, fumo. Isso anima. Se me acontecer uma grande desgraça, se explodir uma bomba aqui ao lado, foda-se, vou acender um cigarro. Posso. Agora, se estiver morto, não posso. Parece um truísmo, mas é muito importante. O estar vivo... Podermos arrancar os dois para a Argélia amanhã, se nos der na veneta. Isso é muito bom.
Cultura MEC. Eu cá gosto!
] Dany
Mas porque é que as palavras formal, cerimonioso ou até mesmo a minha adorada expressão… “piriri” passam invariavelmente por SAPATOS ALTOS, vulgo, desconfortáveis, inimigos da minha escoliose de estimação e até traiçoeiros (lembrando as gargalhadas da conversa de café de há pouco tempo sobre saltos presos na calçada, nas grelhas das paragens do metropolitano e em afins do mesmo género) ??? ... E eu não me posso queixar muito… que p'ra mim o significado desses ícones da moda feminina além daquele ar de “piriri” até passa por ficar com uma altura mais aceitável que os meus míseros 157 centímetros mas ainda assim… as saudaaaaades que eu tenho de quando não sabia nem me interessava saber o que era empoleirar-me nesses deformadores de pés implacáveis. Mas enfim, continuem a ser “bem-vindos” à minha sapateira…que eu cá gosto de dias “piriri” e de ver o chão mais desfocado (sim! além de refilona sou míope).
"Dos 21 a 22 milhões de litros de gelados produzidos por ano, 50% destinam-se a ser consumidos em Portugal(...)"
Quatro dias de escape para os ares do Sul, absolutamente nada planeado ou marcado, como de costume. Lá se encontrou uma casinha. Uma varanda com espreguiçadeiras onde o sol bate desde cedo e a belíssima praia do Váu a saudar-me mesmo de frente. A bagagem compôs-se do mínimo necessário. Afinal de contas tudo o que o corpo precisava era de pequenos-almoços à beira-mar, manhãs de banhos de sol, sestas como quem cede à preguiça danada de depois de almoço, umas horinhas de boa leitura recostada numa cadeira de praia enquanto ainda queimam os raios de sol da tarde, o pôr-do-sol entranhado no mar a encher-me a vista e o ânimo e uma caipirinha entre dois passos de dança a ocupar-me as últimas noites de Verão Algarvias. Assim foi o meu sopro de despedida das férias e a última carga de bateria… Now, here i go ;)
Na história da minha vida acumulam-se letras, palavras e frases entre tantos marcos, sentimentos, emoções, etapas, tristezas, alegrias, vivências… cada uma com um misto de certezas e incertezas, de opções e de obrigações, de triunfos e de derrotas, de escolhas certeiras e de arrependimentos. O livro que abriga a história da minha vida tem decerto muitas frases por escrever e um espaço em branco à espera de um futuro que o preencha. Há quem viva o presente perdido no abrigo do passado, há quem o viva na obsessão de prever o que o futuro será. Eu vivo do presente no consolo de estar a escrever o capítulo mais bonito da minha vida…
Era uma vez um lugar perfeito perdido entre os muitos encantos do nosso Portugal. Um lugar onde o sol se desenha num mar tão calmo que quase adormece a alma num embalo inconsciente. O lugar de uma praia de encantos soltos, escondidos e com um tanto tão infinito por desvendar. Era uma vez um bocadinho de terra, de mar e de sol que debatem da forma mais incontestável o sabor único do que há de melhor na vida, a prova viva de que o fundamento de um sorriso autentico pode estar em embalos tão simples quanto um sol a esturricar-nos a pele entre os escapes de uma paisagem idílica. Era uma vez uma manhã em que me deixei levar por um navego de descobertas, levada por um barquinho capaz de trilhar as águas soltas de uma mar mágico e de me deixar encher os olhos de flashes tão indescritíveis quanto cada sensação que abracei. Entre um e outro suspiro, explorar cada recanto e deixar-me encantar por cada imagem, por cada talhe de rocha e por cada pormenor num turbilhão de descobertas, de encantos e de estados de alma. Era uma vez umas férias perfeitas… =)
