
E há sempre um dia em que se pára pra pensar na pequenez da vida e apetece chorar de vergonha pelos tantos momentos de choro por tanto do que nada importa.
!? …importa viver em grande a pequenez da vida!

A todos os que partilharam comigo tantos dos momentos que compuseram mais um ano. A todos os que fizeram parte dos sorrisos que 2008 me trouxe, das alegrias, dos bons momentos e aos que estiveram lá a amenizar os menos bons. A todos os que continuam a somar momentos mágicos na minha vida, aos de perto e aos de longe, a todos aqueles com quem queria passar tão mais tempo que o que o tempo permite.
No parapeito da janela pouso os braços por um instante enquanto me deixo envolver pelo espírito invernal. A lua tem hoje dois pontos brilhantes a ladearem-na num quadro que prende o olhar de tão espectacular. São Jupiter e Venus que lentamente se têm vindo a aproximar um do outro. Lá fora o frio congela a paisagem, torna-a mais estática, apesar do chicotear contante do vento e da chuva a sacudir as árvores. Não há uma única pessoa nos passeios, o compasso de desfile de carros é demasiado esporádico e no parque não vejo a habitual confusão de crianças. Está um típico dia de Inverno. Do lado de cá espera-me uma lareira acolhedora, uma caixa de chocolates, um refúgio mais que confortável no cantinho do sofá e o teu ombro num desenho perfeito do contorno do meu pescoço. Em frente, mesmo oposta à lareira, está a àrvore de Natal, o meu mais recente motivo de orgulho, tão particularmente bonita este ano. Só falta mesmo a neve a amontoar-se do lado de fora do parapeito e a tornar a paisagem ainda mais peculiar numa combinação cuidada de esfriar do tempo e aquecer da alma. Eis o meu cenário de inverno perfeito. Gosto!


Uma cor o verde
Um lugar a praia
Um sentimento o amor
Uma altura do dia o pôr do sol
Uma estação do ano o Verão
Um prato massa à bolonhesa feita pela mumi
Uma sobremesa bolo de bolacha e a do "Ti Quim" feita pela Tita (tem chocolate sim!)
Uma loucura saltar de pára-quedas
Um vício Ferrero Rochers
Passeio de Inverno: as ruelas da Baixa no Natal
Passeio de Verão: beira mar de manha, à tarde e à noite
Deleito-me com miminhos e mensagens lamexasAmo a vida!
Sonho com uma casa à beira mar e um jipe descapotável
Odeio o cinismo e a inveja
Irrita-me a falta de tempo
Tenho dificuldade em perdoar
Sou contra touradas
Sou a favor da eutanásia
Gostava de ser pro no surf
Não passo sem a família, o namorado e os amigos do cantinho VIP do coração
Adoro beber chocolate quente à lareira nas tardes de inverno
Não suporto a esperteza saloia !
] Dany
Hoje apetece-me o som da chuva a bater no parapeito da janela do quarto enquanto a preguiça me desacelera e me mantém num sossego inigualável. Apetece-me aquela tarde de Outono em que a ementa do dia passa inevitavelmente por um bom chocolate e o plano de tarefas se resume a uma tarde de moleza. Como a tarde tem horas a menos para tudo o que a agenda obriga, render-me à preguiça deixa de ser um plano viável. Resta-me respeitar a ementa da típica tardezinha de Outono =)
"Os portugueses são o povo mais noctívago do planeta: apenas 25 por cento da população vai para a cama antes da meia-noite”.[Excerto da entrevista a Miguel Esteves Cardoso publicada na edição de 15 de Dezembro de 2006 do suplemento 6.ª do Diário de Notícias]
Há pessoas que são muito regradas, muito certinhas, comem peixe cozido, bebem só meio copo de vinho tinto ao jantar, querem viver até aos noventa anos. E há outras pessoas que preferem viver a vida a fundo, mesmo que arrisquem morrer aos cinquenta...
Foi assim que eu vivi a minha vida.
(...)
Eu devia estar morto, não é? Devia ter morrido. Mas não morri. Então deixei de fumar, estou numa espécie de limbo, por ter voltado à vida. Tenho muito mais cuidado, bebo muito menos.
Não me digas que te vais transformar num daqueles convertidos ao higienismo, com tendência para a repressão quase fascista dos prazeres de que abdicaram...
Isso não. Tenho imensas saudades de fumar, por exemplo. Mas não fumo. Porque eu fumava que nem um cavalo. Oitenta cigarrilhas por dia. A questão é que eu gosto imenso da vida. Sou muito feliz. Desde que casei, então, felicíssimo. E esta experiência da quase morte faz com que aprecies outras coisas... Ver um azul do céu, essas merdas. E os dias. Começas a apreciar a vida, a respiração, acordar bem-disposto, a água do banho. Enquanto antes eram só coisas adquiridas, livros que compravas, drogas que arranjavas, whiskeys que tinhas em casa. Os prazeres eram todos caçados por ti. Ias buscar este jornal, fazias a marguerita com a tequila, snifavas a coca, mandavas vir da Amazon Books não sei quê. Todos os teus prazeres eram coisas que tinhas comprado. Depois do susto da morte, e se todas as pessoas que têm uma experiência destas o referem por alguma razão é, depois do susto da morte os prazeres deixam de ser esses. Passa a ser o barulho de um carro a passar. O tique-tique. O estarmos aqui. Este castanho em cima do branco.
Alegrias simples...
É estares vivo, pá. Estando morto não fodes, não fumas, não bebes. De certeza. Porque eu ainda posso fumar, se me apetecer. Não fumo há um ano e tal, mas tenho ali charutos. Se quiser, fumo. Isso anima. Se me acontecer uma grande desgraça, se explodir uma bomba aqui ao lado, foda-se, vou acender um cigarro. Posso. Agora, se estiver morto, não posso. Parece um truísmo, mas é muito importante. O estar vivo... Podermos arrancar os dois para a Argélia amanhã, se nos der na veneta. Isso é muito bom.
Cultura MEC. Eu cá gosto!
] Dany
Mas porque é que as palavras formal, cerimonioso ou até mesmo a minha adorada expressão… “piriri” passam invariavelmente por SAPATOS ALTOS, vulgo, desconfortáveis, inimigos da minha escoliose de estimação e até traiçoeiros (lembrando as gargalhadas da conversa de café de há pouco tempo sobre saltos presos na calçada, nas grelhas das paragens do metropolitano e em afins do mesmo género) ??? ... E eu não me posso queixar muito… que p'ra mim o significado desses ícones da moda feminina além daquele ar de “piriri” até passa por ficar com uma altura mais aceitável que os meus míseros 157 centímetros mas ainda assim… as saudaaaaades que eu tenho de quando não sabia nem me interessava saber o que era empoleirar-me nesses deformadores de pés implacáveis. Mas enfim, continuem a ser “bem-vindos” à minha sapateira…que eu cá gosto de dias “piriri” e de ver o chão mais desfocado (sim! além de refilona sou míope).
"Dos 21 a 22 milhões de litros de gelados produzidos por ano, 50% destinam-se a ser consumidos em Portugal(...)"

No vazio de pensamentos soltos. Soltos porque saltitam entre realidades distantes. Soltos porque a percorrem sem permissão ou controlo. Na desordem de uma inconstância. Inconstância porque é ela mesma em faces diferentes. Inconstância, porque na tamanha diferença chega a não se sentir ela. Na espontaneidade de uma lágrima… e outra e outra ainda… espontâneas porque as sente tactearem-lhe a cara sem as saber deter, espontâneas porque chegam vazias de sentido, na denúncia de uma mágoa sem pilares, no desafogo de um sufoco sem amarras. Então, a meio de um soluço contido, pergunta-me: “porque choro?”. Entre a confusão e a impotência, falham-me as palavras para quebrar o silêncio. Resta-me envolvê-la num abraço. Esboça-me um sorriso de volta, confuso, perdido... e as lágrimas que agora escorrem incontidas fundamentam-se no vazio das primeiras. "Porquê?"...
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] Dany

Não tenho muito a acrescentar
O dia é igual a todos os outros, o sol nasce e põe-se cumprindo a velha rotina, as horas passam ao mesmo ritmo, o calendário marca a passagem de mais um dia…mas com uma mística bem diferente. No primeiro dia do ano, olha-se pra trás, no embalo dos reflexos do que marcou o ano que finda, no impulso do que se quer que marque o ano que vem.