
No
vazio de pensamentos soltos. Soltos porque saltitam entre realidades distantes. Soltos porque a percorrem sem permissão ou controlo. Na desordem de uma
inconstância. Inconstância porque é ela mesma em faces diferentes. Inconstância, porque na tamanha diferença chega a não se sentir ela. Na espontaneidade de uma
lágrima… e outra e outra ainda… espontâneas porque as sente tactearem-lhe a cara sem as saber deter, espontâneas porque chegam vazias de sentido, na denúncia de uma mágoa sem pilares, no desafogo de um sufoco sem amarras. Então, a meio de um soluço contido, pergunta-me:
“porque choro?”. Entre a confusão e a impotência, falham-me as palavras para quebrar o silêncio. Resta-me envolvê-la num abraço. Esboça-me um sorriso de volta, confuso, perdido... e as lágrimas que agora escorrem incontidas fundamentam-se no vazio das primeiras.
"Porquê?"...] Dany